Quando em Janeiro de 2019, o Ecletismo Musical entrevistou uma então, quase desconheciada, Sara Correia [para recordar AQUI], a artista dizia que “O fado não muda a sua verdadeira essência, e antes de estar nas fusões, acho que o fado está na voz.”
O que Sara Correia fez em 2025, no Coliseu do Porto é uma prova de que quando a Voz, a Alma e a Beleza da arte se reunem, pode-se viver um momento verdadeiramente único. Este concerto da Tour Liberdade tornou-se em mais do que um concerto: foi um retrato vivo do fado enquanto arte de corpo inteiro, capaz de atravessar tradição e presente.
Ao longo da atuação, Sara deu voz a temas que já se tornaram centrais no seu repertório, mas também mostrou a força de quem sabe arriscar e dialogar com outros universos. A presença de músicos como Diogo Clemente e Ângelo Freire trouxe uma cumplicidade instrumental rara, sustentando uma interpretação que vive tanto da contenção como da explosão emocional. Entre os momentos mais marcantes esteve a partilha de palco com Pedro Abrunhosa em “Que o Amor Te Salve Nesta Noite Escura” e “Ilumina-me”, numa fusão que ampliou o alcance poético e humano do espetáculo.
Gravado ao vivo, o concerto ganha agora nova vida, permitindo revisitar a energia da noite em que a sala se rendeu à intensidade da fadista. Não é apenas uma gravação de palco: é um documento que capta a entrega, a respiração e o silêncio partilhado entre artista e público.
Em 2010, o EM referia que “Sara Correia é uma jovem cosmopolita que, apesar de ter apenas 25 anos, já tem muitas noites nas Casas de Fado de Lisboa onde se foi fazendo mulher, o que, naturalmente, contribui, e muito, para que a sua voz e interpretação nos remeta para os clássicos, apesar do seu ar jovial e moderno” A Jovem Sara transformou-se numa mulher forte, poderosa, madura, mas, sempre, mantendo a sua Liberdade de ser o que quiser e, sobretudo, de encantar com a sua alma profundamente fadista.
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