Num tempo em que o conteúdo é muitas vezes feito para desaparecer ao fim de segundos, onde o imediatismo dita tendências e o espaço para a criação profunda parece cada vez mais raro, é reconfortante cruzarmo-nos com projetos como Love Bug, de Sofi Frozza.
Mais do que um simples conjunto de videoclipes, Love Bug apresenta-se como uma curta-metragem musical, um EP visual que respira dedicação, estética e narrativa emocional. É um trabalho feito com intenção, em que cada plano, cor e palavra servem um universo próprio, onde a obsessão, o desejo e a idealização são explorados com coragem e sensibilidade.
A jovem Sofi Frozza (nascida em 2003) não segue fórmulas fáceis. O seu olhar artístico propõe-nos um mergulho íntimo, desconfortável por vezes, mas sempre honesto. A estética cuidada, a construção da personagem, a forma como o som e a imagem se encontram, tudo revela uma voz autoral, independente, que não teme explorar as zonas cinzentas da emoção humana.
Num panorama artístico muitas vezes dominado por algoritmos, números e pressa, ver uma artista a entregar-se com esta profundidade é, no mínimo, um gesto de resistência. Love Bug é um exemplo de como ainda é possível fazer arte que não apenas entretém, mas que também incomoda, provoca e deixa marca.
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