Tiago Bettencourt nunca precisou de um conceito para fazer um disco e sempre escreveu assim: como quem se senta ao lado de uma inquietação e lhe dá tempo, voz e espaço. “Foz” chega como mais um capítulo dessa busca, não como destino, mas como margem. Como lugar onde a água encontra outra água e se deixa transformar.
Como o próprio explica:”Foi assim que fui escrevendo mais este álbum, ao longo dos últimos anos, guardando ideias, sem pressas, talvez acelerando o passo à medida que a vontade de gravar se aproximou. Em Abril de 2024 estive sozinho em residência artística 15 dias em Bruson, Val de Bagnes, Suíça, num pequeno chalé de madeira rodeado de árvores, montes e neve. Aqui nasceu o esqueleto da direcção que viria descobrir. Regressado a Lisboa começou mais uma longa fase de experimentação. No princípio do Verão de 2025, com as canções já avançadas, percebi que precisava de ajuda, no oceano electrónico onde me encontrava, para continuar a viagem. Fui então ter com o meu velho amigo Fred Ferreira para produzir este disco comigo.
O nome do disco veio no fim, roubando o nome a uma das canções – Foz. Uma palavra só que une rios a oceanos, que é fim e começo, e que abraça todas as canções de mais um álbum sem conceito, feito de mil imagens por desvendar, e que fala como sempre deste desafio louco de morrer e nascer, de ser breu e ser luz, chegar e recomeçar, cada um de nós à sua maneira, dando o melhor que sabe.”
Foto: João Hasselberg
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