Rilès sempre teve uma presença única, no som, na palavra, na forma de se pôr perante o mundo. Mas é na “SURVIVAL LIVE SESSION (Part 1)” que se vê, com nitidez, a solidez que nasce da vulnerabilidade trabalhada. Esta primeira parte da sessão ao vivo do álbum Survival Mode é um espelho cru daquilo que Rilès tem vindo a construir.
O peso simbólico deste novo capítulo não vive apenas nas canções. Para assinalar o lançamento de Survival Mode, Rilès correu durante 24 horas seguidas num tapete rolante, fechado num cubo de vidro em Paris, com três serras circulares a girar atrás de si. Um gesto extremo, físico, íntimo e público. Correu mais de 200 quilómetros, sem música, sem distrações, só ele, o barulho das máquinas e o relógio. A performance, transmitida ao vivo, não era sobre resistência atlética: era uma metáfora daquilo que significa viver no limite, continuar em frente mesmo com as lâminas atrás.
Mais do que cantor ou rapper, Rilès é um construtor de mundos. E cada projeto seu é menos um produto e mais um território onde se entra inteiro.
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