Quando existem artistas que decidem seguir um caminho menos óbvio para “o sucesso”, tal merece referência especial. E, é esse o caso do artista açoriano Romeu Bairos e do seu primeiro álbum “Romê das Furnas”.
Romeu, em vez de atenuar a pronúncia para agradar a um público mais vasto, decide abraçar o seu modo de falar como parte integrante da sua linguagem artística. Essa escolha dá ao álbum uma cor própria, quente, crua, real com produção e influência de B Fachada.
O disco é composto por sete faixas que oscilam entre a tradição e a modernidade. Não se trata apenas de uma reconstrução nostálgica da música açoriana, mas de uma recriação viva, atual, com sonoridades que tanto remetem para o fado como para o folk e o indie, sempre com um pé na terra e outro na emoção. Há canções que falam de pesca, de partir e de voltar, de sentimentos que ecoam nas montanhas e se dissolvem na espuma das ondas.
Antes de lançar “Romê das Furnas”, Romeu Bairos tinha ficado conhecido sobretudo pela sua aparição na série «Rabo de Peixe» na sua versão de “Eu não vou chorar” de Sandro G e pela sua participação no Festival da Canção 2021.
“Romê das Furnas” é um daqueles álbuns que parece pequeno no formato, mas imenso na alma. Um gesto artístico e político, um abraço à terra, uma carta de amor à cultura que molda aquelas gentes de São Miguel e de todos os seus mil encantos.
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